Pernambuco tem o sistema prisional mais abarrotado do Brasil, de acordo com o Ministério da Justiça: são 32 mil detentos para pouco mais de 11 mil vagas, o que representa uma superlotação de 265%. Em janeiro do ano passado, o governo decretou estado de emergência no sistema prisional durante um período de seis meses. A medida foi anunciada uma semana após o término de uma rebelião que resultou na morte de dois detentos e um policial militar no Complexo do Curado. Os detentos pediam celeridade quanto aos processos referentes à concessão de benefícios e denunciavam a superlotação.
No complexo estão cerca de sete mil detentos, mas com capacidade para abrigar 1,5 mil presidiários. Sobre a solução proposta pelo MPPE, nesta semana, para desativar as unidades prisionais que formam o complexo, o chefe do executivo pernambucano disse “agora, não há o que fazer nesse sentido".
"Hoje, de fato, se constroem presídios menores. O complexo foi feito numa época diferente, e apresenta falhas. Mas ele existe e precisa ser cuidado. A discussão sobre a desativação vai ficar para um futuro mais amplo”, afirmou e Câmara à rádio CBN.
Na tarde do último dia 16, 40 detentos fugiram do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), um dos três que fazem o complexo, após o muro traseiro da unidade ser explodido. Em Itamaracá, um grupo distraiu os agentes penitenciários atirando de dentro da mata que cerca a unidade, enquanto os detentos derrubavam, a marretadas, a parede do local.
O governador disse que é preciso manter o Complexo do Curado "funcionando e cuidar da segurança das pessoas que moram no entorno”. De acordo com o gestor, “a situação não é confortável”, mas que o governo está empenhado em descobrir os responsáveis pela explosão do muro da unidade prisional. “Foi utilizado um material que não é achado no comércio, é exclusivo das Forças Armadas”, acrescentou.
O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, rechaçou a proposta do promotor de Execuções Penais, Marcellus Ugiette, de iniciar a discussão para desativar o Complexo do Curado. “É inaplicável no momento. Cada presídio para 500 pessoas custa R$ 40 milhões. Para transferir todos os quase sete mil detentos, teríamos que construir 14 unidades, que custariam R$ 560 milhões”, disse. Do 247.
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