Após reunião em São Paulo, ontem (10), com o ex-presidente Fernando Henrique e o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, as principais lideranças do PSDB decidiram falar a mesma língua sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Todos rechaçam a palavra “golpe” dizendo que o impeachment é um mecanismo que está previsto na Constituição e já foi utilizado uma vez em 1992 para afastar do cargo o então presidente Fernando Collor, hoje senador pelo PTB de Alagoas.
Para o ex-presidente FHC, as razões que estão colocadas (pedaladas fiscais, falta de apoio político para governar) são suficientes para levar adiante o processo de impeachment, “mas o debate no país não pode se restringir a isso”.
“O tema do dia, obviamente, é: haverá impeachment da presidente da República? Acho que a preocupação do Brasil e dos brasileiros não para nisso. Há muitas coisas que precisamos mudar no Brasil, a começar pelo comportamento ético”, disse o ex-presidente.
Segundo ele, “é preciso discutir o sistema eleitoral, que não funciona por conta de uma proliferação insustentável de partidos, a desordem orçamentária que exige regras específicas que controlem os gastos do governo, e a incapacidade mostrada pelo país de resolver, de forma satisfatória, a questão da previdência”.
“Esses são os pontos que eu acho que o PSDB deve começar a cogitar para discutir com o Brasil, e não simplesmente discutir a questão do impeachment”, salientou.
Além do ex-presidente da República, participaram da reunião os seis governadores do partido – Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Pedro Taques (MT), Reinaldo Azambuja (MS) e Simão Jatene (PA), o senador José Serra (SP) e os na Câmara – Carlos Sampaio (SP) – e no Senado – Cássio Cunha Lima (PB).
“O clima atual é de que o governo está muito paralisado. Um país como o Brasil, que tem tantos problemas pela frente, não pode ficar esperando que as coisas se resolvam por si. É preciso que haja ação política, e ação política requer que os partidos e, no caso, o PSDB, se comprometam com o Brasil para dizer o que nós queremos no futuro, qual é o Brasil que nós realmente queremos construir”, completou o ex-presidente.
Fogo Cruzado
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar no Alô Surubim!
Em breve, publicaremos o seu comentário.