domingo, 12 de maio de 2019

Agricultores sofrem com problemas no abastecimento de água da transposição do São Francisco



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Em Pernambuco, Famílias de agricultores estão tendo que sair de casa. O abastecimento foi interrompido e plantações estão morrendo.

Tudo por causa de problemas no abastecimento de água da transposição do São Francisco.

A plantação de cebola de Seu Damião está perdida. Um prejuízo de, aproximadamente, R$ 25 mil. O maracujá de Seu Antônio Luiz Ribeiro está morrendo. "Não tem água desde o ano passado para gente trabalhar", conta o agricultor.

Dessa vez a seca que castiga o Nordeste não é o único problema. Cerca de 17 mil moradores dos municípios de Cabrobó e Terra Nova, em Pernambuco, tinham água para plantar, desde que um dos trechos do eixo norte da transposição do Rio São Francisco foi inaugurado, há 3 anos. Mas, de repente, tudo acabou.

A água vinha dos canais e dos reservatórios da transposição do Rio São Francisco. O de Serra do Livramento é um deles. Tem capacidade para armazenar até 19 bilhões de litros. Mas nenhuma gota tem entrado ou saído de lá. O abastecimento foi interrompido.

Há seis meses, o então Ministério da Integração Nacional, hoje Ministério do Desenvolvimento Regional, mandou fechar as comportas de três barragens. Desde então, a água está parada nos canais. Ninguém foi avisado oficialmente sobre a suspensão.

“Os agricultores estão aí sem nenhuma informação sobre se essas águas vão sair novamente ou não para poder dar transportabilidade, porque a preocupação é muito grande. Porque o pessoal plantou acreditando nessas águas da transposição", explica Marco Antônio Vasconcelos Cavalcanti, presidente do sindicato dos trabalhadores rurais de Cabrobó.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que a Barragem de Negreiros, que fica em Salgueiro, precisou ser esvaziada para realização de reparos preventivos. E que, por isso, o bombeamento nas estações de Cabrobó e Terra Nova não foi restabelecido. A conclusão dos trabalhos está prevista para o fim do primeiro semestre.

Em Terra Nova, quase 200 famílias tiveram que abandonar as terras. "Devido à insegurança hídrica que a não-liberação da água da transposição ocasionou. Com isso, tiveram que deixar as suas terras por outras propriedades no município, e em municípios vizinhos aqui de Terra Nova", diz João Bosco Ferreira, diretor de cadastro rural da prefeitura de Terra Nova – PE.


Por Jornal Nacional
 

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